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quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Judaísmo - "Fofocas" sobre Hanuká!


Uma vez eu li um artigo muito bom, que dizia o seguinte:
Os heróis contemporâneos, em sua maioria, somente continuaram sendo reconhecidos como heróis porque morreram cedo.
Mas o que teria acontecido se eles tivessem “sobrevivido” aos seus atos de heroísmo? O autor da matéria imaginou, por exemplo, que Che Guevara, (um dos maiores símbolos do heroísmo juvenil), se estivesse vivo, talvez estaria barrigudinho, careca, elitizado e envolvido em escândalos e C.P.Is.
Imaginação a parte, quero contar para vocês alguns fatos pouco conhecidos do grande público a respeito da continuação da história de Hanuká, pois a história, diferentemente de seus protagonistas e coadjuvantes, se mantém sempre viva; o que morre é a memória!
Mas... Vamos ressucitá-la!
Os macabeus:
 Antes de sua morte ainda nas batalhas, (139 A.E.C.), Yehudá - Judá o Macabeu, enviou uma delegação a Roma, que se manifestou abertamente a favor dos judeus em sua luta pela autonomia frente aos Gregos/Sírios.
Roma fez isso, porque vinha crescendo como império e se interessava no enfraquecimento das outras potências.
Na segunda geração após a vitória de Hanuká, Yohanan Hurquenus, o filho do macabeu Shimon, assumiu além do sumo-sacerdócio, o reinado de Israel, o que foi mal visto por muitos, pois ele não era um descendente da Casa do rei David e também por que acumulava dois cargos de muito poder.
Este rei conquistou vários territórios ao redor de Israel, de modo a controlar todo o contato terrestre entre a África do Egito e o restante do mundo, o que lhe rendeu impostos e pedágios sobre os bens transportados através de seu país.
Ironicamente, Húrquenus também forçou a conversão ao judaísmo de vários dos povos por ele conquistados, o que lhe rendeu várias críticas por parte dos sábios religiosos.
Depois de sua morte, seu filho Alexandre Yanai se tornou o rei. Alexandre foi conhecido por sua rixa e crueldade contra os Fariseus, (sábios da tradição oral – Mishna). Também era conhecida sua admiração pela cultura grega!
Depois de sua morte, Alexandra Sulamit sua esposa reinou. De acordo com o Talmud, o período de seu governo foi um dos melhores e mais pacíficos que o povo judeu experimentou.
Após o falecimento da rainha, uma luta feroz entre seus dois filhos se instalou, com direito a mutilações e outros “requintes”mais.
Hurquenus e Aristóbulus eram seus nomes – (Amigos, vocês perceberam quantos nomes gregos tinham os “novos Macabeus” ?! ).
Agora vejam que ironia:
Antipater, um descendente de judeus e idumeus convertidos à força pelo rei Yohanan, buscando um espaço no poder real, atraiu poderosos árabes para intermediar a briga, com o intuito de ajudar um dos irmãos a conseguir seu intento.
No final, quem deu as cartas foram os romanos, que escolheram Herodes, filho de Antipater, para ser o novo rei dos judeus.
Herodes, o rei com a graça de Roma, ficou famoso por suas grande obras, como a reforma do Templo, a cidade de Cesaréia e a fortaleza de Massada. Em seu governo houve relativa paz em Israel.
Herodes Também ficou conhecido por sua mania de perseguição e crueldade com que tratava seus desafetos, entre eles alguns de seus filhos e sua esposa Miriam, descendente dos macabeus.
Pouco tempo depois de sua morte, os romanos começaram a governar Israel de modo direto e insensível, o que levou a revoltas por parte dos judeus e à destruição do Templo no ano setenta de nossa era.
Enfim, como podemos ver, a história também continua, as vezes se tornando barrigudinha e carequinha e se envolvendo em escândalos variados.
Entao...O que fazemos nós, simples coadjuvantes ?
C.P.I !
Vamos levar a história ao conselho de ética, para condenarmos suas “quebras de decoro parlamentar”, sem deixarmos, é claro de aprender de seus bons exemplos e verdadeiros heróis!
Feliz Hanuká!

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Judaísmo - Chanukia e estatua. Gafe ou Coexistência?

-Não, amigo! Aquilo não é uma peça de decoração de Natal, nem faz parte da nova iluminação instalada pela prefeitura na Avenida Paulista. Aquilo é uma Khanukia!
-O que é uma Khanukia? Vou te explicar:
-Khanukia é o candelabro de oito velas, que a gente acende durante os oito dias da festa de Khanuká.
-Khanuká, significa inauguração, pois foi nesta data que os judeus reinauguraram o templo de Jerusalém após terem expulsado de seu país os sírios  e seus comparsas, que queriam tirar a sua liberdade, impondo sobre eles a cultura e a religião grega.  
-Depois de tirarem as estatuas dos deuses gregos do seu templo, os judeus decidiram acender a Menorah, o candelabro sagrado. Mas logo eles perceberam um probleminha: A quantidade de azeite que possuiam só dava para um dia de acendimento e eles precisavam de oito dias até conseguirem obter mais azeite.
-Foi então que aconteceu o milagre:
-As velas acesas com aquele pouquinho de azeite duraram oito dias e pra comemorar esse milagre e a vitória na guerra, a gente acende até hoje, na festa de Khanuka, uma Khanukia, um candelabro de oito velas!
-Mano, desculpa a minha pergunta, mas se os judeus tiveram primeiro que tirar as estátuas do templo para só depois acenderem o candelabro, como é que vocês acendem a Khanukia da Avenida Paulista justamente ao lado de uma estatua como essas? Viajaram na maionese! Piraram?!
Isso é muito contraditório, parece a Copa libertadores da América que era pra homenagear os revolucionários anti-espanhois e que acabou virando Santander Libertadores, o banco dos espanhóis, conquistadores da América!!
-Rapaz! Concordo com você... Mas só se a gente não olhar as coisas pela essência!
-Como assim?
-Você sabe quem é o homem homenageado e representado por esta estatua?
-Não.
-Pois é, então leia a placa:
-Suave truta! Já to lendo!

-Então amigo, percebeu a diferença? Esta estatua não foi feita para ser idolatrada, como as estátuas gregas. Esta estátua é uma homenagem a um herói Latino Americano, Fransisco de Miranda, que assim como os macabeus, lutou pela independência do seu povo e de sua terra!
E talvez essa seja a mensagem da proximidade entre os dois símbolos:


Quem defende a liberdade, não deve fazer isso só por sua “tribo”, ou por sua classe.
Quem defende a liberdade deve lutar por por todos, sempre e em todo lugar!
Feliz Chanuká!
More Ventura!

domingo, 11 de dezembro de 2011

Chanuká para adultos!





"Historinha pra criança":

Os gregos, movidos pelo anti-semitismo, tentaram impor sua cultura materialista e religião politeísta sobre os judeus, que unidos, resistiram e repeliram seus inimigos.
Por ser politeísta, materialista e hedonista, devemos continuar evitando a influência desta cultura, assim como a de todas as outras, mantendo nossa pureza através do isolamento.

"Historia pra adulto":

Antiochus, o rei sírio da dinastia Selêucida, (Sucessora de Alexandre o Grande no oriente médio), quis converter os judeus de Israel à sua já decadente cultura grega, de modo a tê-los como aliados em sua guerra para conquistar o Egito e unifica-lo à Síria.

Uma parcela dos judeus, principalmente os pertencentes a elite sobre a qual se apoiava o governo, apoiaram Antiochus e sua influência, de modo a lucrarem com suas possíveis conquistas e vitórias.

Houve também os que entregaram sua fidelidade ao conquistador sírio em troca dos prazeres que este lhes prometia em nome de sua cultura.

No final, sabemos que a maioria judaica, fiel às suas tradições e valores, venceu a guerra. Estabelecendo novamente a soberania de sua cultura e religião.

Em resumo: Nunca houve uma guerra entre a Grécia e os judeus. O que sim aconteceu foi um embate entre os interesses políticos do rei da Síria e dos que queriam promover a cultura grega, de um lado e dos judeus fieis à sua religião e valores do outro.

Uma outra visão.

Contrastando com este período de tensão, constatamos em varias passagens do Talmud, dos livros de história e de religião judaica, uma apreciação mútua entre o judaísmo e a cultura grega no período de seu apogeu:

Seguem aqui alguns exemplos:

-Em homenagem ao respeito e tolerância de Alexandre o Grande, seu nome foi adotado por milhares de judeus no período do segundo templo.
-Maimônides, um dos maiores rabinos, médicos e filósofos da historia, usou suas obras e influência para promover a harmonização entre o judaísmo e a filosofia grega.
-O legislador Rama, cita uma antiga tradição onde o filosofo Platão afirma ter aprendido parte de seus conhecimentos com o profeta Jeremias.

Da mesma forma que podemos facilmente constatar o intercambio de elementos da cultura grega com a cultura judaica, também podemos testemunhar este intercâmbio com todas as culturas nas quais os judeus entraram em contato. Isto pode ser verificado até mesmo em um dos maiores símbolos da ortodoxia judaica, supostamente “limpa” de influências externas: suas vestimentas, que são compostas de ternos escuros e chapéus: Uma nítida influencia européia!

É certo também que existem limites intransponíveis entre as culturas, o que deve ser considerado algo saudável e desejado, na medida em que mantém a originalidade de cada uma delas, representando o resultado de diferentes histórias e experiências.

Conclusão:

Da próxima vez que você for fazer ginástica ou assistir a uma dramatização ao sair da sinagoga, não se preocupe; Você estará colocando em prática uma das mais belas e poderosas mensagens que aprendemos no decorrer de nossa história: A de que, à luz de nossos valores, podemos e devemos apreciar e agregar elementos de outras culturas, nossas parceiras e irmãs na construção da grandiosa e dramática história da família humana.

A todos os amigos : Feliz Chanuká.
More Ventura.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Chanuká e seus primórdios na Arca de Noé?



Noah's Ark












Após o relato do dilúvio, a Tora nos conta sobre os descendentes de Noé, os povos que originaram e seu paradeiro.
Ao se referir a seus netos por parte do filho Yefet, a Torah não os relaciona apenas a “países” específicos, mas também a ilhas.  

Quem seriam esses netos de Noé, “habitantes de ilhas” ?

A Torah cita o nome de vários deles, porem no momento, o nome de um é que nos interessa: Yavan!
Quem é Yavan ?
Vou dar uma dica: A letra “Y” do idioma Hebraico é transliterada como Jota para o português. Desta forma, o nome deste neto ficaria Javan, que em português é conhecido como Jônia, uma das regiões da antiga Grécia!

Então meu amigo; de acordo com a tradição judaica, a origem da Grécia está ligada a Yavan, neto de Noé. Interessante, não acha?

Será que através do relato bíblico podemos descobrir mais relações entre Yavan e a cultura grega, alem do fato de viverem em ilhas?

A Torah relata um episódio no qual um dos três filhos de Noé, chamado Ham, ao vê-lo embriagado o desrespeita e humilha. Em pouco tempo seus dois irmãos Shem e Yefet, (pai de Yavan), o confrontam, acudindo Noé e cobrindo sua nudez.
Após acordar de sua bebedeira, Noé critica seu filho Ham e abençoa seu filho Shem e sua descendência – Os Shemitas, ou Semitas – para que sejam sempre portadores da presença Divina. 
Noé abençoa também a Yefet, pai de Yavan e seus descendentes, mas desta vez com expansão territorial e beleza.

Percebemos nestas bençãos atributos que continuaram vinculados aos gregos e aos judeus, (semitas), por muito tempo:
Beleza e a força física de um lado e do outro a espiritualidade.

Choque ou Harmonia?

Milênios depois da benção de Noé, no período em que ocorreu a história de Hanucá, testemunhamos o violento choque entre a cultura Grega materialista* e a cultura judaica espiritual.
O final da história conhecemos: Os Macabeus, representando os Judeus, venceram os helenistas e os expulsaram de sua terra.

Mas estes atributos, matéria e espírito são necessariamente opostos? Devemos estar em permanente guerra com nossos irmãos da linhagem de Yefet?

A resposta veio poucos séculos antes dos acontecimentos de Chanuká... A cavalo:
Ciro, o imperador da Pérsia, também descendente de Yefet por parte de seu filho Madai, (portanto também portador das bênçãos de beleza e poder), exortou e patrocinou o retorno dos judeus a sua terra, para que reconstruíssem seu país e seu templo sagrado, encerrando assim o período do exílio babilônico.

Vemos naqueles tempos, portanto, a concretização de uma harmônica parceria entre Poder, Beleza e  espiritualidade. 


Conclusão: quando usados de forma equilibrada e sadia, a Beleza e o Poder iluminam o mundo agregando valor ao serviço Divino. Quando desvirtuados e exagerados, com no atual culto exacerbado a moda e a forma física, esses atributos trazem somente falta de referências, escuridão espiritual e desilusão!

Que Tenhamos o grande mérito de vivenciarmos em nossos dias a instauração da bela fortaleza da Paz e da Verdadeira espiritualidade, juntamente com todos os nossos irmãos, filhos dos filhos de Noé!


Que a Luz de Chanuká traga sabedoria, fé e felicidade ao todos!

Um grande abraço !More Ventura!


*Quando me refiro a cultura grega como simplesmente materialista, estou me referindo apenas àquela diluída na Asia Menor no período de Chanuká.

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