Após o relato do dilúvio, a Tora nos conta sobre os
descendentes de Noé, os povos que originaram e seu paradeiro.
Ao se referir a seus netos por parte do filho Yefet, a Torah não
os relaciona apenas a “países” específicos, mas também a ilhas.
Quem seriam esses netos de Noé, “habitantes de ilhas” ?
A Torah cita o nome de vários deles, porem no momento, o nome
de um é que nos interessa: Yavan!
Quem é Yavan ?
Vou dar uma dica: A letra “Y” do idioma Hebraico é
transliterada como Jota para o português. Desta forma, o nome deste neto
ficaria Javan, que em português é conhecido como Jônia, uma das regiões da
antiga Grécia!
Então meu amigo; de acordo com a tradição judaica, a origem
da Grécia está ligada a Yavan, neto de Noé. Interessante, não acha?
Será que através do relato bíblico podemos descobrir mais relações
entre Yavan e a cultura grega, alem do fato de viverem em ilhas?
A Torah relata um episódio no qual um dos três filhos de Noé,
chamado Ham, ao vê-lo embriagado o desrespeita e humilha. Em pouco tempo seus dois
irmãos Shem e Yefet, (pai de Yavan), o confrontam, acudindo Noé e cobrindo sua
nudez.
Após acordar de sua bebedeira, Noé critica seu filho Ham e
abençoa seu filho Shem e sua descendência – Os Shemitas, ou Semitas – para que
sejam sempre portadores da presença Divina.
Noé abençoa também a Yefet, pai de Yavan e seus descendentes, mas desta vez com expansão territorial e beleza.
Noé abençoa também a Yefet, pai de Yavan e seus descendentes, mas desta vez com expansão territorial e beleza.
Percebemos nestas bençãos atributos que continuaram vinculados
aos gregos e aos judeus, (semitas), por muito tempo:
Beleza e a força física de um lado e do outro a espiritualidade.
Beleza e a força física de um lado e do outro a espiritualidade.
Choque ou Harmonia?
Milênios depois da benção de Noé, no período em que ocorreu a
história de Hanucá, testemunhamos o violento choque entre a cultura Grega materialista*
e a cultura judaica espiritual.
O final da história conhecemos: Os Macabeus, representando os
Judeus, venceram os helenistas e os expulsaram de sua terra.
Mas estes atributos, matéria e espírito são necessariamente
opostos? Devemos estar em permanente guerra com nossos irmãos da linhagem de
Yefet?
A resposta veio poucos séculos antes dos acontecimentos de
Chanuká... A cavalo:
Ciro, o imperador da Pérsia, também descendente de Yefet por
parte de seu filho Madai, (portanto também portador das bênçãos de beleza e
poder), exortou e patrocinou o retorno dos judeus a sua terra, para que
reconstruíssem seu país e seu templo sagrado, encerrando assim o período do
exílio babilônico.
Vemos naqueles tempos, portanto, a concretização de uma harmônica
parceria entre Poder, Beleza e espiritualidade.
Conclusão: quando usados de forma equilibrada e sadia, a Beleza e o Poder iluminam o mundo agregando valor ao serviço Divino. Quando desvirtuados e exagerados, com no atual culto exacerbado a moda e a forma física, esses atributos trazem somente falta de referências, escuridão espiritual e desilusão!
Que Tenhamos o grande mérito de vivenciarmos em nossos dias a instauração da bela fortaleza da Paz e da Verdadeira espiritualidade, juntamente com todos os nossos irmãos, filhos dos filhos
de Noé!
Que a Luz de Chanuká traga sabedoria, fé e felicidade ao todos!
Que a Luz de Chanuká traga sabedoria, fé e felicidade ao todos!
Um grande abraço !More Ventura!
*Quando me refiro a cultura grega como simplesmente
materialista, estou me referindo apenas àquela diluída na Asia Menor no período
de Chanuká.
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Um comentário:
O velho conflito de santificar a beleza ou embelezar a santidade.
Materialismo, ou algo perto disso, conectado a nossas necessidades mais carnais, é a melhor explicação do que é o yetser harah, ficando o yetser hatov com a parte espiritual. Isso fica mais complexo do que o simplismo maniqueísta de "bem e mal" e explica melhor o porque dos Sábios afirmarem que animais têm o yetser harah mas não o yetser hatov, ou ainda o dito que "não fosse o yetser harah ninguém casaria, construiria uma casa ou prepararia um campo".
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