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quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Judaísmo - Chanukia e estatua. Gafe ou Coexistência?

-Não, amigo! Aquilo não é uma peça de decoração de Natal, nem faz parte da nova iluminação instalada pela prefeitura na Avenida Paulista. Aquilo é uma Khanukia!
-O que é uma Khanukia? Vou te explicar:
-Khanukia é o candelabro de oito velas, que a gente acende durante os oito dias da festa de Khanuká.
-Khanuká, significa inauguração, pois foi nesta data que os judeus reinauguraram o templo de Jerusalém após terem expulsado de seu país os sírios  e seus comparsas, que queriam tirar a sua liberdade, impondo sobre eles a cultura e a religião grega.  
-Depois de tirarem as estatuas dos deuses gregos do seu templo, os judeus decidiram acender a Menorah, o candelabro sagrado. Mas logo eles perceberam um probleminha: A quantidade de azeite que possuiam só dava para um dia de acendimento e eles precisavam de oito dias até conseguirem obter mais azeite.
-Foi então que aconteceu o milagre:
-As velas acesas com aquele pouquinho de azeite duraram oito dias e pra comemorar esse milagre e a vitória na guerra, a gente acende até hoje, na festa de Khanuka, uma Khanukia, um candelabro de oito velas!
-Mano, desculpa a minha pergunta, mas se os judeus tiveram primeiro que tirar as estátuas do templo para só depois acenderem o candelabro, como é que vocês acendem a Khanukia da Avenida Paulista justamente ao lado de uma estatua como essas? Viajaram na maionese! Piraram?!
Isso é muito contraditório, parece a Copa libertadores da América que era pra homenagear os revolucionários anti-espanhois e que acabou virando Santander Libertadores, o banco dos espanhóis, conquistadores da América!!
-Rapaz! Concordo com você... Mas só se a gente não olhar as coisas pela essência!
-Como assim?
-Você sabe quem é o homem homenageado e representado por esta estatua?
-Não.
-Pois é, então leia a placa:
-Suave truta! Já to lendo!

-Então amigo, percebeu a diferença? Esta estatua não foi feita para ser idolatrada, como as estátuas gregas. Esta estátua é uma homenagem a um herói Latino Americano, Fransisco de Miranda, que assim como os macabeus, lutou pela independência do seu povo e de sua terra!
E talvez essa seja a mensagem da proximidade entre os dois símbolos:


Quem defende a liberdade, não deve fazer isso só por sua “tribo”, ou por sua classe.
Quem defende a liberdade deve lutar por por todos, sempre e em todo lugar!
Feliz Chanuká!
More Ventura!

domingo, 11 de dezembro de 2011

Chanuká para adultos!





"Historinha pra criança":

Os gregos, movidos pelo anti-semitismo, tentaram impor sua cultura materialista e religião politeísta sobre os judeus, que unidos, resistiram e repeliram seus inimigos.
Por ser politeísta, materialista e hedonista, devemos continuar evitando a influência desta cultura, assim como a de todas as outras, mantendo nossa pureza através do isolamento.

"Historia pra adulto":

Antiochus, o rei sírio da dinastia Selêucida, (Sucessora de Alexandre o Grande no oriente médio), quis converter os judeus de Israel à sua já decadente cultura grega, de modo a tê-los como aliados em sua guerra para conquistar o Egito e unifica-lo à Síria.

Uma parcela dos judeus, principalmente os pertencentes a elite sobre a qual se apoiava o governo, apoiaram Antiochus e sua influência, de modo a lucrarem com suas possíveis conquistas e vitórias.

Houve também os que entregaram sua fidelidade ao conquistador sírio em troca dos prazeres que este lhes prometia em nome de sua cultura.

No final, sabemos que a maioria judaica, fiel às suas tradições e valores, venceu a guerra. Estabelecendo novamente a soberania de sua cultura e religião.

Em resumo: Nunca houve uma guerra entre a Grécia e os judeus. O que sim aconteceu foi um embate entre os interesses políticos do rei da Síria e dos que queriam promover a cultura grega, de um lado e dos judeus fieis à sua religião e valores do outro.

Uma outra visão.

Contrastando com este período de tensão, constatamos em varias passagens do Talmud, dos livros de história e de religião judaica, uma apreciação mútua entre o judaísmo e a cultura grega no período de seu apogeu:

Seguem aqui alguns exemplos:

-Em homenagem ao respeito e tolerância de Alexandre o Grande, seu nome foi adotado por milhares de judeus no período do segundo templo.
-Maimônides, um dos maiores rabinos, médicos e filósofos da historia, usou suas obras e influência para promover a harmonização entre o judaísmo e a filosofia grega.
-O legislador Rama, cita uma antiga tradição onde o filosofo Platão afirma ter aprendido parte de seus conhecimentos com o profeta Jeremias.

Da mesma forma que podemos facilmente constatar o intercambio de elementos da cultura grega com a cultura judaica, também podemos testemunhar este intercâmbio com todas as culturas nas quais os judeus entraram em contato. Isto pode ser verificado até mesmo em um dos maiores símbolos da ortodoxia judaica, supostamente “limpa” de influências externas: suas vestimentas, que são compostas de ternos escuros e chapéus: Uma nítida influencia européia!

É certo também que existem limites intransponíveis entre as culturas, o que deve ser considerado algo saudável e desejado, na medida em que mantém a originalidade de cada uma delas, representando o resultado de diferentes histórias e experiências.

Conclusão:

Da próxima vez que você for fazer ginástica ou assistir a uma dramatização ao sair da sinagoga, não se preocupe; Você estará colocando em prática uma das mais belas e poderosas mensagens que aprendemos no decorrer de nossa história: A de que, à luz de nossos valores, podemos e devemos apreciar e agregar elementos de outras culturas, nossas parceiras e irmãs na construção da grandiosa e dramática história da família humana.

A todos os amigos : Feliz Chanuká.
More Ventura.