Uma vez eu li um artigo muito bom, que dizia o seguinte:
Os heróis contemporâneos, em sua maioria, somente continuaram
sendo reconhecidos como heróis porque morreram cedo.
Mas o que teria acontecido se eles tivessem “sobrevivido” aos
seus atos de heroísmo? O autor da matéria imaginou, por exemplo, que Che Guevara,
(um dos maiores símbolos do heroísmo juvenil), se estivesse vivo, talvez
estaria barrigudinho, careca, elitizado e envolvido em escândalos e C.P.Is.
Imaginação a parte, quero contar para vocês alguns fatos
pouco conhecidos do grande público a respeito da continuação da história de
Hanuká, pois a história, diferentemente de seus protagonistas e coadjuvantes,
se mantém sempre viva; o que morre é a memória!
Mas... Vamos ressucitá-la!
Os macabeus:
Antes de sua morte
ainda nas batalhas, (139 A.E.C.), Yehudá - Judá o Macabeu, enviou uma delegação
a Roma, que se manifestou abertamente a favor dos judeus em sua luta pela autonomia
frente aos Gregos/Sírios.
Roma fez isso, porque vinha crescendo como império e se interessava
no enfraquecimento das outras potências.
Na segunda geração após a vitória de Hanuká, Yohanan
Hurquenus, o filho do macabeu Shimon, assumiu além do sumo-sacerdócio, o
reinado de Israel, o que foi mal visto por muitos, pois ele não era um
descendente da Casa do rei David e também por que acumulava dois cargos de
muito poder.
Este rei conquistou vários territórios ao redor de Israel, de
modo a controlar todo o contato terrestre entre a África do Egito e o restante
do mundo, o que lhe rendeu impostos e pedágios sobre os bens transportados
através de seu país.
Ironicamente, Húrquenus também forçou a conversão ao judaísmo
de vários dos povos por ele conquistados, o que lhe rendeu várias críticas por
parte dos sábios religiosos.
Depois de sua morte, seu filho Alexandre Yanai se tornou o
rei. Alexandre foi conhecido por sua rixa e crueldade contra os Fariseus, (sábios
da tradição oral – Mishna). Também era conhecida sua admiração pela cultura
grega!
Depois de sua morte, Alexandra Sulamit sua esposa reinou. De
acordo com o Talmud, o período de seu governo foi um dos melhores e mais
pacíficos que o povo judeu experimentou.
Após o falecimento da rainha, uma luta feroz entre seus dois
filhos se instalou, com direito a mutilações e outros “requintes”mais.
Hurquenus e Aristóbulus eram seus nomes – (Amigos, vocês
perceberam quantos nomes gregos tinham os “novos Macabeus” ?! ).
Agora vejam que ironia:
Antipater, um descendente de judeus e idumeus convertidos à
força pelo rei Yohanan, buscando um espaço no poder real, atraiu poderosos
árabes para intermediar a briga, com o intuito de ajudar um dos irmãos a
conseguir seu intento.
No final, quem deu as cartas foram os romanos, que escolheram
Herodes, filho de Antipater, para ser o novo rei dos judeus.
Herodes, o rei com a graça de Roma, ficou famoso por suas
grande obras, como a reforma do Templo, a cidade de Cesaréia e a fortaleza de
Massada. Em seu governo houve relativa paz em Israel.
Herodes Também ficou conhecido por sua mania de perseguição e
crueldade com que tratava seus desafetos, entre eles alguns de seus filhos e
sua esposa Miriam, descendente dos macabeus.
Pouco tempo depois de sua morte, os romanos começaram a
governar Israel de modo direto e insensível, o que levou a revoltas por parte
dos judeus e à destruição do Templo no ano setenta de nossa era.
Enfim, como podemos ver, a história também continua, as vezes
se tornando barrigudinha e carequinha e se envolvendo em escândalos variados.
Entao...O que fazemos nós, simples coadjuvantes ?
C.P.I !
Vamos levar a história ao conselho de ética, para condenarmos
suas “quebras de decoro parlamentar”, sem deixarmos, é claro de aprender de
seus bons exemplos e verdadeiros heróis!
Feliz Hanuká!