sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Judaísmo - Meus queridos ladrõezinhos!

 
O que ? Estou indo neste segundo! Segura firme aí! Fica calma! Já estamos indo! Cuida da sua avó, coitada!
Respondi afobado ao celular enquanto sentia minha garganta sufocada, como se a mão de minha esposa, a autora da ligação, tivesses saído dos pequenos orifícios do aparelho telefônico tentando me puxar pela goela, ondas sonoras abaixo.
Enquanto tirava alguns trocados do bolso para pagar pelos sucos refrescantes e deliciosos que acabara de desfrutar com meus filhos às margens plácidas da represa de Guarapiranga....
Cheeeega de contar detalhes! Vamos embora!
Depois de vinte minutos de muita corrida, chegamos à Avenida onde minha esposa e sua avó nos esperavam. A idéia de viajarmos em dois carros separados falhara. Nossa velha e escangalhada perua Ipanema quebrara, deixando as duas à mercê da sorte...
...Ou da falta dela!
Enquanto tentava, sem sucesso fazer a lata velha ressucitar, minha esposa Jacqueline avistara algumas pessoas vindo ao longe, pareciam segurar rodos e vassouras. Com o passar dos passos o grupo se transformou num bando, as pessoas em moleques e os rodos e vassouras em porretes e facas:
-E aí dona? Vamos limpar o carro? – Disse um dos pivetes decorado com um sorriso malicioso encimado por dois olhos maquiados de vermelho por sabe se La que espécie de tintura...
-A mãe de minha sogra, dona Irene, que já era pálida, continuou pálida e minha esposa, com muita presença de Espírito respondeu:
-Podem pegar o que quiserem, só deixem os pãezinhos franceses que estão no porta-malas, pois são para uma creche de crianças órfãs lá da Barragem.
Agora amigos, peço licença para abrir um parêntese através do qual sairemos da estrada. Será rapidinho!
(-Vejam o que é o “dialogo inter-religioso”!
A avó de nossa amiga Leticia tinha feito uma promessa a uma santa – No judaísmo não cultuamos Santos! -  e como paga, pedira que levássemos pãezinhos por ela doados a uma creche que ajudamos. Por isso nosso porta-malas estava cheio de pães.
Retornando à estrada, fecho o parêntese:)
O general dos moleques, que só agora perceberá o tamanho do “lanche”, voltou-se para seus comandados e com voz grave ordenara:
-Não toquem nessa mulher e em nada do que tiver no carro dela! Ela ajuda crianças carentes.
Como se não bastasse, para arrematar o discurso, veio mais uma frase:
-Dona, a senhora quer que a gente te ajude a empurrar o carro?



Ps: "O amor ao próximo não deve ser encarado como uma concessão mas sim como uma constatação!"
More Ventura!

2 comentários:

Le Akel disse...

aiaiai D.Noemia esta ficando famosa! Muito louca essa história, a gente sempre lembra disso!

Flora disse...

sempre fico emocionada com esses textos....faz pensarmos o que fazemos realmente pelo próximo.