quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Judaísmo - “Pedimos a Deus que ela nunca mais reencarne”



“Pedimos a Deus que ela nunca mais reencarne”

Amigo leitor... Adivinhe onde li esta frase? .......................................................................................

Errou! Tenho certeza de que você errou, pois neste caso a realidade supera a ficção!
Li esta “tragicômica pérola” numa antiga lápide de uma jovem falecida, que repousa no cemitério israelita do Embu, trazida juntamente com outras colegas de descanso eterno, de uma velha necrópole judaica abandonada – Não me pergunte o motivo.

O porquê de seus entes queridos – Ou não tão queridos  - terem mandado gravar esta mensagem eu não sei, mas guardo comigo minhas  teorias:

-Quem sabe a vida da moça tenha sido tão sofrida que eles, querendo poupá-la de possíveis novas desventuras, fizeram o estranho, porem piedoso apelo?
-Talvez a moça os tenha incomodado muito enquanto viva e por isso eles, com receio de reencontrá-la em algum outro canto do tempo e do espaço, pediram arrego a Deus.
-Ou talvez pode ser que eles tenham infligido tantos sofrimentos a ela, que acabaram ficando com medo de reencontrá-la, tornando se assim, alvos de retaliações.

-Bom, meu caro amigo, não adianta me olhar com essa cara de curioso, pois eu não tenho nenhuma idéia sobre a verdadeira causa do estranho pedido!

O que sim posso (quase) afirmar é que qualquer que tenha sido o motivo dos requerentes, sua requisição não poderia jamais ter sido atendida, pois de acordo com a tradição judaica, o retorno da alma ao mundo físico, depois de um período de novas vivências espirituais, tem como objetivo proporcionar a ela, novas e mais adequadas configurações de vida, para que por meio destas, possa revelar suas características positivas e eliminar as negativas, trazendo à tona a sua própria luz espiritual, que nada mais é do que sua essência Divina, e ao encontrar sua essência Divina, ela encontrará o próprio Deus, finalidade e objetivo de toda a evolução!

Portanto, se a pobre alma fosse privada de seus direitos de retorno, ficaria automaticamente privada de sua luz e, portanto, da própria revelação de Deus, se tornando assim opaca e penada, bem menos assustadora e nociva, porem, do que os fantasmas mentais de seus entes queridos  - ou não tão queridos - que a teriam colocado nesta posição!
Mas como Deus é Pai... certamente deve ter dado colo e amparo a estes assustados e confusos filhos, que já devem ter ido e vindo um montão de vezes, provavelmente acompanhados de sua querida - ou  até então não tão querida - alma!

... E nós? Quem somos nós e o que será que estamos fazendo aqui? Você ja parou para pensar?

Bom dia a quem acorda e boa noite pra quem vai dormir e tudo de bom a todos, sempre!
More Ventura.

2 comentários:

Rabino Uri Lam disse...

Obrigado pelo bom dia a quem acorda, amigo ! Sobre Deus pai e mãe , há quem se refira a Ele/Ela como Baruch atá... Ou Bruchá at... :-) boker tov ou Leila tov. Sobre a mulher citada, fiquei imaginando se nao veio do cemitério israelita de cubatao. E podemos entender a família ou amigos pela estranha frase. Inato uma frase incompleta: que ela jamais retorne para passar pelo que passou, mas somente para alegrias. Abs

Lilian Neves Mise disse...

Nossa, frase estranha... em qual parte do cemitério está este tumulo?

Não sei se é bom ou não voltar - as vezes tenho dúvida, afinal dói muito ver tanta crueldade. Mas se alguém, se pelo menos um coração me lembrar com carinho, tenho certeza que estarei viva.

Você quando trouxe a historia desse tumulo proporcionou a ela vida. Lembrar é viver, indiferença é morte. Obrigada por compartilhar esta reflexão.