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More Ventura e Ben Abraham, Ativista, escritor e sobrevivente do holocausto. |
Hoje, dia 27 de Janeiro, é o dia internacional da memória do
Holocausto.
Esta data foi escolhida por ter sido a do dia em que os
prisioneiros foram libertados do campo de concentração de Aushwitz.
Hoje eu também quero libertar e me libertar, pois já estou
farto de ficar acorrentado ao gueto e ao campo de concentração mental.
Desde criança tenho ouvido falar sobre a grande desgraça que
foi o holocausto. A preservação desta memória é indispensável, porem se for
feita de forma desequilibrada pode ter um alto preço: A transformação de um
jovem confiante na vida, num refém do medo e da desconfiança, podendo redundar
na formação de um xenófobo, resistente ao dialogo e descrente na possibilidade
de transformação do ser humano.
Este resultado negativo é obtido quando toda a ênfase do estudo
da Shoá, e das perseguições em geral, é colocada sobre a maldade dos algozes e sobre
o sofrimento das vítimas.
Mas e se ao invés disso, colocarmos a ênfase também na
resistência, na superação, na cooperação e por que não dizer, no arrependimento
e na transformação?
Não estaríamos assim ajudando a formar indivíduos corajosos e
positivos - porem não ingênuos - capacitados para trabalhar em prol de uma
verdadeira transformação?
Não creio que a solução para o racismo e para o preconceito
esteja em se desarmar, e de forma ingênua abrir os braços ao mundo como se não
houvesse ameaças reais, porem não tenho dúvidas de que um dos agentes que mais contribuem
para a cultura da violência e do ódio, são justamente aqueles que em nome do
combate a estes não os tiram do foco e do centro das atenções, desviando assim
os seres humanos da busca de alternativas positivas para a resolução destes problemas e para a construção de uma sociedade verdadeiramente fraterna.
Queridos amigos, vamos acordar! Vamos trilhar novos caminhos,
nos libertando das correntes dos guetos e dos campos de concentração mentais e com
coragem, força, inteligência e amor, vamos separar a concentração dos campos,
deixando os campos para as flores e a concentração para o pensamento.
Abraços! More Ventura!